Já faz um tempo que eu me pergunto: por que algumas pessoas sentem um chamado a experimentar o novo, enquanto outras preferem a segurança do que já conhecem? Semana passada, lendo um estudo fresquíssimo publicado em 2025 na revista Neuropsychopharmacology, encontrei parte da resposta. Ali, entre dados de mais de 270 mil pessoas analisadas ao redor do mundo, estava a palavra-chave: CADM2, o chamado gene da curiosidade – ou, como alguns cientistas gostam de dizer, o gene da busca por novidades e do risco também. Mas o que isso tem a ver com Cannabis?
A influência da genética no uso de cannabis: uma perspectiva farmacogenética
Ao analisar o artigo da Neuropsychopharmacology, percebo que os cientistas avançaram significativamente na compreensão dos fatores genéticos que moldam o uso de Cannabis ao longo da vida. A pesquisa, que englobou mais de 270 mil indivíduos de diferentes origens, possibilitou o mapeamento de variantes genéticas associadas tanto ao primeiro uso (o famoso “experimentei uma vez”) quanto aos padrões de consumo ao longo da vida.
Um dos principais destaques foi o papel do gene CADM2, além de outros genes como NCAM1, PCDH7 e AS3MT. O estudo evidenciou uma distinção clara entre genes que favorecem a experimentação e genes associados à dependência.
- O CanLU (“Cannabis Lifetime Use”, ou uso ao longo da vida) mostrou-se intimamente ligado a características de curiosidade e à busca por novas experiências.
- Por outro lado, o CanUD (dependência de cannabis) revelou uma conexão com mecanismos de prazer e tolerância, envolvendo outros grupos de genes.
Esses resultados indicam que indivíduos com um impulso para experimentar algo novo – seja uma terapia natural, um esporte radical ou até mesmo um novo prato – podem estar manifestando a expressão desse gene da inquietude positiva. Além disso, conforme o estudo, essa busca por novidades é relevante tanto para quem se aproxima da Cannabis por curiosidade quanto para aqueles em busca de novas alternativas de autocuidado, ressaltando a relevância da farmacogenética na compreensão dessas interações.
É verdade: nem todo gene “da curiosidade” é gene “da dependência”
Essa descoberta é um alívio importante para aqueles que buscam a Cannabis Medicinal com orientação especializada, como na FITO CANÁBICA. O estudo revela que ter interesse em experimentar não implica, necessariamente, em um risco aumentado de dependência, especialmente quando se considera a farmacogenética, que estuda como a genética influencia a resposta do organismo a substâncias.
Dados do Sistema Mineiro de Informações sobre Drogas (SISMID) mostram que:
- 6,47% dos brasileiros relataram uso de cannabis ao longo da vida;
- 2,81% nos 12 meses anteriores à pesquisa;
- Entre os usuários recentes, apenas cerca de 6% apresentaram dependência severa.
Esses números indicam que existe um número considerável de pessoas que utilizam Cannabis de forma experimental ou ocasional, sem desenvolver um padrão problemático. O estudo de 2025 sugere que, frequentemente, por trás dessa experimentação, está a expressão do “gene da abertura à experiência”, que pode ser melhor compreendido através da farmacogenética.
O gene CADM2: curiosidade, farmacogenética e busca por novidade
Eu sempre gostei de ver a genética como um tipo de literatura da nossa biografia biológica. O gene CADM2, por sinal, se conecta ao nosso apetite por novidade. Ele está fortemente relacionado a traços como:
- Abertura à experiência
- Impulsividade positiva
- Facilidade para testar novos caminhos
- Vontade de sair da rotina em busca de bem-estar
Pessoas com variantes mais “ativas” desse gene costumam ser aquelas que, numa roda de conversa, trazem ideias frescas ou perguntam se você já ouviu falar daquela meditação nova. Elas também têm interesse em terapias integrativas e, claro, no uso da Cannabis, além de práticas como alimentação funcional, ioga e autoconhecimento. Essa disposição pode ser influenciada pela farmacogenética, que nos ajuda a entender como a genética afeta nossa resposta às substâncias.
A curiosidade biológica é uma bússola em direção a diferentes formas de saúde.
E, nesse sentido, percebo que muitos pacientes da FITO CANÁBICA me contam exatamente isso: antes de chegarem até nós, testaram várias práticas complementares. “Doutor, já tentei homeopatia, já fui no reiki, mudei minha alimentação.” Para mim, faz sentido pensar que existe algo de genético nessa disposição. Não é só vontade. É quase uma tendência inata que se entrelaça com os princípios da farmacogenética.
Como o CADM2 influencia o cérebro e a resposta à cannabis: uma abordagem farmacognética
No estudo citado (Neuropsychopharmacology, 2025), o gene CADM2 foi mapeado atuando principalmente em áreas cerebrais ligadas ao controle da impulsividade, regulação emocional e sensação de recompensa. Essa relação tem implicações diretas na forma como as substâncias canabinoides interagem com nosso organismo, refletindo a importância da farmacognética na compreensão dessas dinâmicas.
- Núcleo accumbens: relacionado ao prazer, motivação e recompensa.
- Pré-frontal: regula a impulsividade e o planejamento.
- Amígdala e hipocampo: papel nas emoções e memórias ligadas ao medo e segurança.
Essas regiões são ativadas quando discutimos as razões para o uso de Cannabis – seja para alívio da ansiedade, dor neuropática, TDAH ou até mesmo na busca por novas experiências. A farmacognética, que estuda os efeitos de substâncias naturais sobre o corpo, ajuda a esclarecer por que algumas pessoas respondem melhor à Cannabis enquanto outras podem sentir mais efeitos colaterais ou necessitar de ajustes nas doses.
Cada organismo é único, mas estudos indicam que a influência genética, por meio do CADM2, pode impactar:
- Níveis de sensibilidade a novidades e recompensas,
- Capacidade de se autorregular diante de situações desafiadoras,
- Como o cérebro responde a estímulos canabinoides.
Além disso, diferenças biológicas entre homens e mulheres também foram observadas, conforme um artigo brasileiro sobre efeitos nos níveis de leptina. Isso evidencia que, até na biologia, o contexto e a farmacognética desempenham papéis cruciais nas respostas individuais ao uso de Cannabis.
Curiosidade, saúde e autocuidado: a interseção da farmacogenética
A análise dos dados me levou a uma reflexão interessante: aqueles que buscam novas abordagens de bem-estar, como a Cannabis Medicinal, podem carregar em seu DNA uma “fagulha” de busca constante por evolução. Essa predisposição pode ser explicada pela farmacogenética, que investiga como a genética influencia nossas respostas a diferentes tratamentos.
No dia a dia da FITO CANÁBICA, constato que muitos pacientes se sentem exaustos pelos efeitos colaterais de medicamentos tradicionais e por negativas do sistema de saúde. Eles não buscam apenas tratar sintomas, mas desejam viver de forma mais plena e saudável. Muitos associam o tratamento a práticas voltadas para o resgate do equilíbrio interno e ao autocuidado. Esses pacientes tornam-se parte da nossa comunidade, compartilhando experiências e trocando dicas sobre outras terapias naturais.
O estudo de 2025 sugere quase poeticamente que essa busca por alternativas não é meramente cultural ou casual. Pode ser, na verdade, o “gene da inquietação positiva” guiando-nos a diferentes caminhos em direção ao alívio e ao bem-estar – seja através do canabidiol, novas formas de meditação, práticas corporais ou mudanças de estilo de vida que considerem as nuances individuais trazidas pela farmacogenética.
O futuro do tratamento: personalização genômica e segurança
Uma passagem do estudo me chamou atenção: “Em breve, perfis genéticos individualizados vão ajudar médicos a definir qual proporção e dose de cannabis é melhor para você.” Pensei na quantidade de pacientes que tratamos na FITO CANÁBICA com necessidades bem específicas. Alguns respondem rapidamente a pequenas doses de canabidiol, outros precisam ajustar, testar diferentes proporções de THC e CBD, ou tomar cuidados maiores com efeitos colaterais.
No trabalho publicado, aparecem outros genes além do CADM2:
- NCAM1 – envolvido nos mecanismos de tolerância e aprendizado ligado ao prazer;
- PCDH7 – relacionado a conexões cerebrais, memórias e modulação emocional;
- AS3MT – associado ao metabolismo cerebral e à resposta a estímulos externos.
Imagino um futuro não tão distante, em que seja comum solicitar um exame genético para entender melhor a resposta do paciente aos fitocanabinoides. Isso, claro, vai beneficiar diretamente quem utiliza cannabis para questões como dor crônica, ansiedade, insônia ou epilepsia – condições já reconhecidamente tratadas (com comprovação crescente, como ressalta o Boletim do Instituto de Saúde).
Confesso: pensar nesses avanços me anima. Vejo a medicina e a genética se encontrando para proporcionar mais conforto, segurança e eficácia aos tratamentos. O futuro será de prescrições personalizadas e autocuidado com ciência de ponta a favor do paciente.
Desmistificando a Cannabis: Conexões entre Biologia e Farmacogenética
É inspirador perceber como a ciência nos permite harmonizar o que a natureza nos proporcionou ao longo de milênios. A relação da humanidade com a cannabis é profundamente enraizada, conforme revela uma revisão histórica sobre preconceito e uso da planta. O uso terapêutico da cannabis remonta a séculos em diversas culturas, servindo para alívio da dor, controle da ansiedade e promoção do sono, mesmo em épocas em que as práticas eram mais empíricas do que científicas.
Usar cannabis medicinal é dialogar com um sistema que já está integrado em nossa biologia.
Compreender que genes como o CADM2 influenciam essas escolhas não deve causar estranhamento. Na verdade, essa revelação contribui para desmistificar o uso da cannabis e reforça que, ao optar por esse tratamento sob supervisão médica, como defendemos na FITO CANÁBICA, estamos respeitando uma predisposição biológica, essencial para o cuidado com nossa saúde e bem-estar.
Para quem deseja se aprofundar nesse conhecimento, recomendo pesquisar sobre “CADM2 cannabis gene” e “farmacogenética na cannabis”. As interações entre genética, curiosidade e saúde integral oferecem possibilidades fascinantes para entendermos melhor o nosso corpo e as alternativas de tratamento.
Quanto custa buscar novas terapias com foco em farmacogenética? Uma dúvida frequente
Se você está interessado em conhecer os valores e processos relacionados ao tratamento com canabidiol, recomendo que leia nosso artigo detalhado sobre custo do tratamento com canabidiol. Este texto aborda as etapas envolvidas e as diversas possibilidades de tratamento, sempre levando em consideração a farmacogenética. Nossa equipe na FITO CANÁBICA está à disposição para acolher suas dúvidas e proporcionar o suporte necessário em sua jornada.
Conclusão: uma trilha da curiosidade ao cuidado
Quando termino de escrever sobre o CADM2, percebo que, talvez, nosso verdadeiro “gene da curiosidade” seja um convite à transformação. Não apenas experimentar o novo, mas buscar alternativas de autocuidado, saúde e qualidade de vida. Se você se reconhece nesse perfil inquieto, que quer entender melhor suas próprias escolhas e como a cannabis medicinal pode ajudar, saiba que, na FITO CANÁBICA, acolhimento e acompanhamento são valores fundamentais.
Pense em conversar com nossa equipe e descobrir, com segurança, o melhor caminho para seu tratamento, sempre respeitando sua história e sua genética. Seu bem-estar pode estar mais ligado à sua biologia do que você imaginava. Conheça nossos serviços, compartilhe dúvidas e permita-se viver essa nova etapa.
Perguntas frequentes sobre o gene da curiosidade e Cannabis
O que é o gene da curiosidade?
O chamado “gene da curiosidade” refere-se ao CADM2, um gene associado à tendência de buscar novidades, experimentar o novo e se adaptar facilmente a mudanças. Ele pode influenciar comportamentos ligados à abertura para novas experiências e ao autocuidado.
Como o CADM2 influencia o comportamento?
O CADM2 atua em áreas do cérebro relacionadas ao controle da impulsividade, recompensas e emoções. Pessoas com variantes mais “ativas” desse gene costumam ter mais facilidade para testar caminhos novos, sentir prazer em explorar, e se adaptar rapidamente a mudanças, incluindo novas terapias ou práticas de saúde.
O gene CADM2 está ligado ao uso de Cannabis?
Segundo estudos genéticos recentes, variantes do CADM2 têm forte relação com o primeiro uso de Cannabis ao longo da vida, conectando curiosidade e busca por novidade à decisão de experimentar a planta. Porém, esse gene não está necessariamente associando a pessoa à dependência.
Quais outros comportamentos o CADM2 afeta?
Além do interesse por terapias naturais, o CADM2 pode influenciar a escolha por esportes radicais, mudanças frequentes de carreira, gosto por viagens, alimentação criativa e práticas de autoconhecimento. Ele está ligado a perfis inovadores e adaptativos.
Como saber se tenho o gene da curiosidade?
Hoje, só exames genéticos avançados podem identificar com precisão as variantes do CADM2. Mas, se você percebe um interesse recorrente em explorar novidades e sente facilidade para se adaptar, talvez sua biologia já esteja manifestando esse traço. Futuramente, a tendência é que testes genômicos estejam mais acessíveis e integrem a personalização do tratamento com cannabis.

